Deputados da Alerj Flagram Irregularidades no Hospital Geral de Guarus
Médico fantasma, folhas de ponto adulteradas e denúncias de coação marcam a vistoria
Uma fiscalização realizada pelos deputados estaduais Filippe Poubel, Alan Lopes e Rodrigo Amorim, membros da Comissão Especial de Combate à Desordem Urbana da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), revelou graves irregularidades no Hospital Geral de Guarus (HGG), em Campos dos Goytacazes.
Durante a inspeção, os parlamentares constataram a existência de um "médico fantasma". Segundo apurado, um médico residente na Bahia constava como presente no hospital, recebendo salário regularmente por meio de Recibo de Pagamento Autônomo (RPA), mesmo sem trabalhar na unidade. Ainda mais alarmante, os deputados responderam às folhas de pontos já preenchidos com dados futuros.
Coordenação médica admite "empréstimo" de nome
A coordenadora médica do HGG admitiu que o nome do profissional baiano estava "emprestado" para que outro médico atuasse no local e recebesse o pagamento. Os áudios obtidos pela comissão também indicam que os médicos foram preliminares a revisão das folhas de ponto em razão da fiscalização em andamento.
Diante das evidências, a coordenadora foi levada à delegacia para prestar esclarecimentos. A Polícia Civil abriu investigação, e há articulações na Câmara Municipal para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com o objetivo de aprofundar as apurações.
Denúncias de cooperação e debate de versões
Além das irregularidades administrativas, surgiram propostas de cooperação praticadas pelos deputados durante a fiscalização. Servidores do hospital registraram reclamações na delegacia relatando que se sentiram intimidados pela presença dos parlamentares.
O caso gerou um debate de versões entre as autoridades fiscalizadoras e os responsáveis pelo hospital, acirrando ainda mais o clima de tensão.
Impacto político e social
O escândalo no HGG tem forte impacto político e social. Politicamente, evidencia sérias falhas na gestão pública da saúde em Campos dos Goytacazes, levantando questionamentos sobre transparência, eficiência e responsabilidade administrativa. A possível criação de uma CPI na Câmara Municipal mostra a gravidade da situação.
Do ponto de vista social, a revelação de práticas como a contratação de "médicos fantasmas" e a adulteração de documentos gera profunda indignação e desconfiança na população, que depende do hospital para serviços essenciais. O caso também impulsionou o debate sobre a necessidade de maior fiscalização e cobrança para melhorias na saúde pública.
A Comissão da Alerj, por sua vez, pretende encaminhar denúncia formal ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), buscando garantir que as irregularidades sejam devidamente investigadas e os responsáveis punidos.