"TÁ EM TUDO QUANTO É CAPA DE JORNAL,
CAMPOS NA MIRA DA POLÍCIA CIVIL!"
Campos dos Goytacazes se tornou palco de um dos maiores escândalos de corrupção do estado nos últimos anos. Nesta terça-feira (13), uma megaoperação deflagrada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro , batizada de Operação Caballus , trouxe à tona um esquema de lavagem de dinheiro que pode ter movimentado mais de R$ 220 milhões por meio de contratos públicos fraudulentos, envolvendo verbas da saúde municipal.
A ação teve como alvo principais empresas de fachada contratadas para o fornecimento de medicamentos e materiais hospitalares entre os anos de 2018 e 2023. O foco, segundo a Delegacia de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (DCC-LD) , é o cumprimento de 10 mandatos de busca e apreensão contra seis investigados. Os policiais apontam que os recursos públicos desviados foram canalizados para o líder da organização criminosa, que utilizou os valores até para pagar de impostos um haras de luxo registrado em seu nome.
As investigações revelam uma estrutura sofisticada e de longa duração, com contratos sistematicamente vencidos sob as mesmas condições e movimentações financeiras incompatíveis com a atividade-fim das empresas. O suposto chefe do esquema ostentava embarcações e carros de luxo , o que chamou a atenção das autoridades pela clara tentativa de ocultar a origem ilícita do dinheiro.
Além da robustez do esquema, especialistas apontam um cenário possível de missão — ou até conivência — de servidores públicos , já que os contratos se repetiram há anos sem qualquer barreira institucional. O caso escancara fragilidades no sistema de compras e licitações do município, especialmente no setor da saúde, e reacende o debate sobre a urgência de maior fiscalização e transparência no uso de recursos públicos.
A Polícia Civil já afirmou que esta é apenas a primeira fase da operação. O próximo passo será aprofundar as apurações para identificar novos envolvidos, calcular o prejuízo total ao erário e recuperar os bens desviados .
O impacto político foi imediato. Nos bastidores da política local, o clima é de tensão. O caso pode resultar em desdobramentos judiciais e administrativos tanto no município quanto nas esferas estaduais, colocando sob holofotes a atuação de órgãos de controle, como o Ministério Público, Tribunal de Contas e Controladoria-Geral.
Enquanto a cidade repercute o escândalo, Campos dos Goytacazes entra oficialmente no radar nacional do combate à corrupção. E a pergunta que paira é: quem mais sabia — e por que nada foi feito antes?