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Campos dos Goytacazes, RJ – 28 de julho de 2025
A população de Campos dos Goytacazes está cansada de apagões, oscilações de energia e atendimentos demorados. A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Enel, instaurada pela Câmara Municipal, colocou o fornecimento de energia elétrica no centro do debate, exigindo respostas para problemas que afetam a vida de milhares de campistas. Com o relatório final apresentado em dezembro de 2024, a CPI revelou falhas graves no serviço da Enel e cobrou medidas urgentes, mas a pergunta que ecoa nas ruas é: quando veremos mudanças reais?
Uma Cidade no Escuro
Campos dos Goytacazes, conhecido por sua riqueza histórica e econômica, enfrenta uma crise energética que compromete desde o comércio local até o conforto das famílias. Interrupções frequentes de energia, demora na manutenção de redes e cobranças questionáveis, como as taxas de iluminação pública, são reclamações recorrentes. "É um descaso. Pagamos caro e ficamos sem luz por horas", desabafa Maria Oliveira, moradora do bairro Parque Imperial. O sentimento de frustração mobilizou a Câmara Municipal, que, em 2024, formou a CPI da Enel para investigar a qualidade dos serviços prestados pela concessionária.
A CPI em Ação
A CPI da Enel foi um marco na luta pela transparência e eficiência. Ao longo de 2024, os vereadores ouviram a população em audiências públicas, coletando relatos de comerciantes prejudicados por quedas de energia e moradores enfrentando dificuldades com o atendimento da concessionária. A sessão de 24 de junho de 2025, realizada com apoio do Procon Campos, foi um momento crucial, permitindo que os cidadãos expusessem suas demandas diretamente aos parlamentares.
O relatório final, entregue em dezembro de 2024, não poupou críticas. A CPI revelou que a Enel falhou em manter uma infraestrutura elétrica confiável, com redes ultrapassadas e insuficiência de investimentos no município. Entre as exigências, estão a modernização da rede elétrica, mais agilidade no atendimento e clareza nas cobranças. O documento foi enviado à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), ao Ministério Público e à Polícia Civil, com recomendações sobre ações concretas.
Respostas da Enel: Promessas ou Soluções?
Diante da pressão, a Enel anunciou, em setembro de 2024, um plano de R$ 3,5 bilhões em investimentos até 2026, com a promessa de contratar mais eletricistas, modernizar subestações e otimizar milhares de quilômetros de redes. Em dezembro do mesmo ano, a concessionária inaugurou uma nova loja de atendimento no Parque do Rosário, com acessibilidade e opções de autoatendimento. Mas, para muitos campistas, essas medidas ainda parecem insuficientes. "Eles anunciam milhões, mas a luz continua caindo. Queremos resultados, não promessas", cobra João Silva, comerciante do Centro.
O Impacto na Vida dos Campistas
A crise energética em Campos vai além do transtorno cotidiano. Pequenos negócios, como padarias e salões de beleza, enfrentam prejuízos com equipamentos danificados e clientes perdidos. Em áreas rurais, como Travessão, a falta de energia confiável afeta até a produção agrícola. Além disso, a ausência de transparência na cobrança da taxa de iluminação pública gerou revolta. “Pagamos por um serviço que não vemos na prática. As ruas continuam escuras”, reclama Ana Costa, moradora de Guarus.
Um Chamado à Ação
A CPI da Enel é um passo importante, mas o futuro depende de fiscalização rigorosa e engajamento popular. A população de Campos, que já enfrenta desafios como desigualdade social e infraestrutura precária, não pode mais esperar por soluções. Os vereadores, agora, têm o desafio de garantir que as recomendações do relatório sejam implementadas, enquanto a Aneel e outros órgãos precisam cobrar responsabilidade da Enel.
Campos dos Goytacazes merece energia de qualidade. A luta da CPI é a luta de todos nós. Que as vozes dos campistas continuem ecoando até que a luz, de fato, chegue a todos os cantos da cidade.
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