Demissões e o início da polêmica.
No início deste ano, a Prefeitura de Campos, por decreto-lei, teve que cumprir o desligamento de vários RPA’s (contrato por tempo de serviço). Em meio às atribuições, muitos que dependiam desses empregos encontrados à espera de uma manobra já utilizada por outros governos, inclusive pelos ex-prefeitos Arnaldo Vianna e Rosinha Garotinho, que impediram uma demissão em massa daqueles trabalhadores que prestavam serviços à Prefeitura e, consequentemente, à população.
No governo de Wladimir Garotinho, o que ocorreu foi que a maioria esmagadora foi demitida, restando apenas uma parcela reduzida que foi mantida ou trocada para ocuparem cargos de confiança. E como o serviço contínuo? Logo após esses fatos, não podemos deixar de notar o aumento expressivo das cooperativas em Campos.
O papel das cooperativas
As cooperativas não possuem vínculo empregatício, mas realizam cadastro, averiguação e arquivamento de documentos dos cooperados para o ingresso em serviços com normas mais flexíveis, geralmente por contrato temporário, com recolhimento de INSS, porém sem assinatura de carteira de trabalho. É importante destacar: uma cooperativa não é uma empresa.
Denúncias na área da saúde.
Chegaram às nossas redes sociais diversas denúncias de que, na área da saúde, as cooperativas estão dominando tanto o setor público quanto o privado. Há relatos de que até as vagas são reservadas para restrições políticas. Isso não seria uma forma de manter a população dependente de um governo?
Se hoje, para conseguir trabalhar, é necessário ter indicação até para entrar em uma cooperativa , qual a diferença em relação ao antigo RPA?
Reclamações mais frequentes:
"Paga-se bem abaixo do valor de mercado. O plantão de Home Care, que deveria ser em torno de 100 reais, ainda sofre desconto de INSS e porcentagem da cooperativa!"
“Exige-se curso de cuidador para técnicos de enfermagem formados, sendo que um técnico é muito mais capacitado do que um cuidador!”
“Jornada de trabalho de 24h sem direito ao almoço ou ao uso do banheiro, recebendo menos de 200 reais!”
Problemas salariais e falta de concursos.
Além disso, muitos locais em Campos ainda praticam o chamado serviço voluntário, não qual o(a) técnico(a) precisa arcar com todos os custos para trabalhar, ou seja, pagar para trabalhar em troca de experiência.
Outro problema é o piso salarial. Muitos estabelecimentos particulares em Campos não respeitam a tabela obrigatória definida pelo governo federal. O órgão fiscalizador deveria ser mais atuante, defendendo os direitos dos profissionais que buscam atuar na área da saúde.
Home Care em Expansão
A verdade é que o serviço de Home Care cresceu muito em Campos. Ainda assim, os técnicos de enfermagem se deparam com a famosa pergunta já tão comum em nossa região: “Veio indicado por quem?”
O desrespeito com esses profissionais é evidente. Em breve, vamos expor ainda mais situações, inclusive conversas de grupos de cooperativas, que poderão até ser caso do Ministério Público. Existem profissionais que são cuidadores se passando por técnicos de enfermagem. Se isso for confirmado, será lamentável para o município. Fiscalização já!
E os concursos públicos?
Com tantas obras e inaugurações de novas unidades de saúde, por que não abrir concursos para empregar aqueles que se prepararam para lidar com pacientes e atuar de forma comprometida?
Nós, da redação, já imaginamos a resposta. Mas, para vocês, campistas, fica a reflexão: 2026 é logo ali, e 2028 também.