Publicitária Brasileira Morre Após Queda em Vulcão na Indonésia e Levanta Questionamentos Internacionais
Uma viagem dos sonhos terminou em tragédia. Juliana Marins, de 26 anos, natural de Niterói (RJ), morreu após cair em uma trilha no Monte Rinjani, um dos destinos mais desafiadores da Indonésia. A jovem publicitária fazia um mochilão pela Ásia e havia embarcado em uma expedição de três dias até o topo do vulcão, acompanhada por cinco turistas e dois guias locais. O que era para ser uma aventura inesquecível revelou-se um pesadelo de proporções globais.
O início do drama
Na sexta-feira, 21 de junho, Juliana demonstrou cansaço durante a subida e ficou para trás, segundo relatos do guia responsável, que teria sugerido que ela descansasse para retomar o percurso mais tarde. Pouco depois, ela caiu em um trecho íngreme e desapareceu. Acredita-se que ela despencou cerca de 300 metros e continuou escorregando até parar em uma fenda a aproximadamente 600 metros abaixo da trilha original.
O alarme só foi dado horas depois, quando o restante do grupo conseguiu sinal para acionar as autoridades. Desde então, começou uma corrida contra o tempo para tentar salvá-la.
Buscas desafiadoras e o momento mais cruel
As buscas foram prejudicadas por chuva intensa, neblina e ventos fortes. Drones com sensores térmicos e alpinistas experientes foram usados para localizar Juliana. No sábado (22), um drone conseguiu localizá-la ainda com vida, movendo-se levemente entre as pedras. No entanto, apesar da esperança que o avistamento trouxe, o acesso até o local era extremamente perigoso.
Diferentes versões circularam na imprensa sobre Juliana ter recebido comida e água, mas as equipes de resgate desmentiram. Dois dias depois, na segunda-feira (23), ela foi novamente localizada, mas já não apresentava sinais de vida.
Somente na terça-feira (24), ao fim de quatro dias de buscas, um socorrista conseguiu descer até a fenda onde o corpo estava e confirmou o óbito. O resgate, feito com cordas e extrema cautela, mobilizou a base da montanha e encerrou de forma dolorosa uma história que comoveu o Brasil.
Indignação e cobranças
A morte de Juliana provocou forte comoção nas redes sociais e levantou uma série de questionamentos. O guia responsável nega abandono e diz que o plano era reencontrá-la mais à frente. Já familiares e amigos exigem explicações. A conduta dos responsáveis pela trilha, bem como os protocolos de segurança e socorro, passaram a ser alvo de apuração das autoridades locais.
O governo brasileiro, por meio do Itamaraty, acompanha de perto a apuração e prestou apoio à família. O caso também trouxe à tona as limitações da infraestrutura de resgate em trilhas consideradas perigosas, especialmente em locais de difícil acesso como o Rinjani, que tem 3.726 metros de altitude.
Repercussão internacional e mobilização nas redes
A tragédia ganhou destaque na imprensa internacional. No Brasil, amigos e parentes criaram o perfil @resgatejulianamarins para compartilhar informações e pedir apoio. O espaço se tornou um ponto de encontro de orações, solidariedade e protestos por mais segurança nas trilhas turísticas de todo o mundo.
Atualização do caso
Segundo fontes da imprensa local, uma nova etapa da investigação foi aberta após a coleta de depoimentos adicionais dos guias envolvidos. As autoridades indonésias agora apuram se houve negligência na condução do grupo, especialmente pela decisão de permitir que Juliana ficasse sozinha em um trecho perigoso. Especialistas em montanhismo ouvidos pela imprensa afirmam que tal prática é altamente desaconselhada em expedições com turistas sem experiência técnica.
O governo da Indonésia ainda não se pronunciou oficialmente sobre uma possível responsabilização dos guias. No entanto, o caso já pressiona agências de turismo na Ásia a reverem seus protocolos de segurança, principalmente com grupos estrangeiros.
Um alerta doloroso
A morte de Juliana Marins é mais do que uma tragédia pessoal. Ela escancara os riscos de trilhas em ambientes extremos e levanta um alerta sobre a necessidade de fiscalização, responsabilidade e estrutura adequada para esse tipo de turismo. Jovem, sonhadora e cheia de planos, Juliana partiu em busca de experiências únicas. O mundo agora se pergunta: essa tragédia poderia ter sido evitada?