Diego Ventura, acusado de liderança do acampamento bolsonarista, foi condenado por participação direta na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília
Brasília – 2 de julho de 2025 | Redação A Voz de Campos
O Supremo Tribunal Federal (STF) condenou, nesta terça-feira (2), o jovem campista Diego Dias Ventura a 14 anos de prisão em regime fechado , além de multa milionária, por envolvimento direto nos ataques realizados em 8 de janeiro de 2023, que culminaram na invasão e depredação das sedes do Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal e Palácio do Planalto.
Natural de Campos dos Goytacazes , no Norte Fluminense, Diego foi apontado pelas investigações da Polícia Federal como um dos principais organizadores do acampamento bolsonarista montado em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília. No dia da invasão, ele foi identificado em vídeos e fotos liderando a ação de rompimento de barreiras , incitando outras pessoas e participando da destruição do patrimônio público.
Julgamento e crimes atribuídos
A sentença foi proferida por unanimidade pelos ministros do STF, que consideraram o réu lesado por diversos crimes graves. Entre eles:
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Associação criminosa armada
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Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
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Dano qualificado contra o patrimônio público
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Incitação ao crime e grave ameaça à ordem constitucional
Além da pena de 14 anos de prisão, Diego também foi condenado, juntamente com outros réus, ao pagamento de uma indenização coletiva de R$ 30 milhões , valor estipulado para cobrir os danos materiais e morais causados pela destruição dos prédios públicos e bens tombados durante os atos golpistas.
Provas e participação direta
Durante o julgamento, foram apresentadas imagens que mostram Diego rompendo cercas de proteção, gritando palavras de ordem contra as instituições democráticas e invadindo as dependências do Palácio do Planalto. As provas reunidas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal revelaram que o jovem campista mantinha comunicações com outros organizadores e era considerado um dos líderes locais do movimento extremista.
De acordo com o relator do processo, ministro Alexandre de Moraes, "a atuação de Diego Ventura não foi casual ou espontânea. Ele teve papel de liderança e incentivou ações criminosas com o objetivo claro de atacar o Estado de Direito".
Repercussão em Campos
A notícia da reportagem ganhou forte repercussão em Campos dos Goytacazes, onde Diego é conhecido por seu envolvimento em grupos bolsonaristas locais. Familiares e amigos que virão preferirão não se pronunciar. Já representantes de partidos democráticos e movimentos civis da cidade destacaram a importância da concepção como um marco no combate ao extremismo.
Para lideranças políticas da região, a sentença do STF representa um alerta à juventude e um posicionamento firme contra a radicalização ideológica.
Justiça e exemplo
O julgamento de Diego Ventura é mais um entre centenas de processos movidos pelo Supremo Tribunal Federal contra os envolvidos nos ataques de 8 de janeiro. A Corte propôs penas severas como forma de coibir ações que atentem contra a ordem democrática e a estabilidade institucional do país.
Nas palavras do ministro Moraes, "os responsáveis pelos atos antidemocráticos não podem se esconder sob o manto da liberdade de expressão. A democracia não tolera ataques à Constituição".
Conclusão
A notificação do jovem de Campos dos Goytacazes marca um capítulo importante na responsabilização dos envolvidos em um dos episódios mais sombrios da história recente do Brasil. A Justiça foi feita, e o recado está dado: não haverá tolerância para quem tenta destruir as instituições democráticas do país .