Na manhã desta sexta-feira (15), Italva foi palco de um encontro que movimentou prefeitos, parlamentares, produtores rurais e lideranças regionais. O motivo? A busca por soluções diante do veto do presidente Lula ao Projeto de Lei que reconhece municípios do Norte e Noroeste Fluminense como parte do semiárido brasileiro.
A reunião, realizada na sede da Emater-RJ e organizada pelo Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento dos Municípios do Norte e Noroeste Fluminense (Cidennf), mostrou a força da união regional em torno de um tema que mexe diretamente com a vida de agricultores e produtores.
Estiveram presentes nomes de peso, como o senador Carlos Portinho, a deputada federal Daniela do Waguinho, o deputado federal Murilo Gouveia, o deputado estadual Vitor Júnior, além do secretário estadual de Desenvolvimento do Interior, Jair Bittencourt, e do secretário especial de Assuntos Parlamentares da Presidência, André Ceciliano. Representando São João da Barra, a prefeita Carla Caputi enviou seu chefe de gabinete, Rodrigo Florencio.
O que está em jogo
O projeto barrado pelo governo federal não é apenas um rótulo climático. Estudos técnicos apontam que o Norte e Noroeste Fluminense apresentam características de solo, chuvas e clima compatíveis com o semiárido. A mudança de classificação abriria portas para benefícios concretos: acesso ao Garantia-Safra, linhas de crédito diferenciadas para agricultores e, ainda, a criação de um fundo anual de R$ 22 milhões para investimentos em infraestrutura e desenvolvimento sustentável.
União pela região
Durante a reunião, Ceciliano garantiu que o governo federal busca alternativas para apoiar os municípios e ampliar programas de financiamento. Já Rodrigo Florencio, representando a prefeita Carla Caputi, reforçou que a união entre governos e entidades será decisiva:
“Assim como destacou o secretário Ceciliano, é fundamental mantermos o diálogo federativo e buscarmos caminhos viáveis para garantir recursos e políticas públicas que atendam às necessidades da nossa região”, afirmou.
O clima da reunião em Italva deixou claro que o debate vai muito além da política. Trata-se de uma luta por reconhecimento e condições justas para uma região que há anos enfrenta desafios impostos pela seca, mas que também guarda enorme potencial de desenvolvimento sustentável.